A SÍNDROME ARTUR JORGE
Desde a década de 80 do século passado que o treinador de futebol Artur Jorge tem ganho fortunas a ser despedido pelo mundo fora. Os gestores públicos descobriram este segredo e muitos deles não querem outra coisa.
Mas se no futebol os despedimentos se relacionam com resultados, nas empresas públicas o segredo é o da "confiança", questão que não deveria sequer surgir num universo em que o patrão é o mesmo.
"Confiança" serve para justificar a nomeação dos "nossos", depois de se despedir os "outros" . Quando são despedidos, os outros não perdoam e recebem uma pipa de massa. Foi assim que o verbo indemnizar passou a ser conjugado na forma reflexa, com grande elegância: nós indemnizamo-los , vós indemnizai-nos.
O banco comercial do Estado gastou 4,2 milhões de euros a mudar de gestores no mesmo ano. O Tribunal de Contas recomenda maior transparência nas demissões das administrações das empresas do Estado.
Com novas empresas estatais que aí vêm, desde hospitais até escolas, vai crescer o regabofe.
"Joaquim Letria "