Não existe notícia, crónica ou reportagem que não repita a tese sacramental: o Iraque de hoje é o Vietname de ontem. A ideia seria válida se , obviamente, houvesse alguma validade na proposição. Não se iludam. Há trinta anos, os Estados Unidos combatiam um exército largamente financiado e armado por duas potências inimigas ( a União Sovietica e a China), porque o destino do Sudeste Asiatico era peça fulcral no jogo da Guerra Fria - um pormenor que explica 60 mil sacos de cádáveres com a bandeira do Tio Sam. Hoje, com 2 mil mortos no terreno, os Estados Unidos combatem grupos terroristas isolados e dispersos, que não distinguem entre " invasores" e "invadidos" para semear um ódio cego e massivo. Curiosamente, se alguma semelhança existe , ela não está no Médio Oriente. Está, como há trinta anos, na opinião doméstica americana e no clima de histeria e derrotismo que, no final, arrasa com qualquer possibilidade de vitória